2 anos! Hoje, o Projeto Gratitude celebra 2 anos. Certamente que quando pensaram ajudar algumas pessoas, em plena pandemia, não imaginaram a quantidade de vidas em que iam intervir, as famílias que iam ajudar, as realidades de iam transformar. Acredito que nenhum dos administradores do Projeto (na sua grande maioria mulheres), tinha alguma vez pensado que faria parte de um Grupo e de uma Família com as características deste.
Como já referimos anteriormente, quis o destino que nos cruzássemos com estas pessoas incríveis, e que pudéssemos ver mais de perto tudo o que fazem. Energia não lhes falta, nobreza também não. A generosidade é o sentimento que os move, e a união deveria servir de exemplo para que tantos outros pudessem aprender.
Decidimos celebrar este aniversário com uma entrevista feita aos administradores do Projeto Gratitude. Como em tudo, mostraram-se completamente disponíveis para colaborar connosco. Agradecemos a amabilidade, e desejamos as maiores felicidades e conquistas para todas estas pessoas que nos inspiram. Muitos parabéns!!!
VA. Apresentem-nos as pessoas que administram o Projeto Gratitude. Quem são estas pessoas?
PG. Somos 8 a administrar o Projeto Gratitude, 6 Grandes Mulheres e 2 Jovens de coração grande. Ana Cláudia, Carla, Liliana, Xana, Elisa, Vera, Mara e Ângelo.
VA. Como nasceu este Projeto?
PG. O Projeto Gratitude nasceu em tempos de Pandemia, quando começámos a olhar para além do nosso umbigo e percebemos que muitas famílias sem trabalho iriam passar mal. Juntámo-nos a um grupo que fazia sopas para um frigorífico solidário e daí pensámos mais além... Porque não ajudar a nossa comunidade? Aos poucos, com o grupo das "Guerreiras" e estabelecimentos, fomos tendo doações de alimentos e fomos em busca de famílias carenciadas para podermos ajudar! Porque somos gratos pela vida, e.... À que ter atitude... GRATITUDE!
VA. De que forma cada uma de vocês tem contribuído para o crescimento do Projeto?
PG. Somos uma equipa organizada. Alguns de nós têm mais facilidade em trabalhar com redes sociais, outros gostam da parte burocrática, e outros preferem trabalhar diretamente com as famílias. Mas tudo é sempre conversado e decidido em grupo. Não há decisões tomadas de forma solitária.
VA. Onde vão buscar inspiração para tudo o que têm feito?
PG. Acho que cada um de nós se inspira em fazer o BEM ao nosso semelhante. Como o nosso queridão Frei Fernando Ventura diz: "podes não tirar a fome do mundo, mas podes tirar alguém do mundo da fome".
VA. Sou testemunha do tempo que disponibilizam ao Projeto. Como conseguem conciliar a vossa vida pessoal, familiar e profissional?
PG. Pra mim não é nada fácil mas nem que seja pouco... O tempo que se pode disponibilizar para o Protejo requer em primeiro lugar vontade, disciplina, organização e gratidão pelo facto de ajudar o próximo. Qualquer situação em que se disponha em ajudar o próximo será certamente a suficiente. Todos temos uma vida fora do Projeto e todos nós temos algo a oferecer, um abraço, um alimento, uma palavra, algum tempo, tudo é ajuda e será certamente a certa. Porque mesmo com a nossa vida atarefada nestes tempos, um pouco a cada um custa menos a todos.
VA. Estamos habituados a associar o empreendedorismo com a vida profissional das pessoas, e com os ganhos, em proveito próprio, que cada um consegue obter. Neste caso, todo o esforço que fazem é em proveito de outros. Podem explicar-nos como, na vossa opinião, o espírito empreendedor de cada uma de vocês é importante para o Projeto?
PG. Muitas pessoas conseguem apenas satisfação pessoal, quando conseguem ver ganhos financeiros ou destaque profissional. Nós conseguimos encontrar o verdadeiro prazer quando ajudamos outras pessoas. Há como sermos felizes, fazendo outros também felizes.
VA. Porque é tão importante para vocês fazer a diferença na vida de outras pessoas?
PG. Entendemos a comunidade como uma Unidade Comum. Não dá para sermos completamente felizes, sabendo que podemos fazer algo para diminuir o sofrimento de alguém e não o fazemos. Nestes dois anos de Projeto Gratitude, descobrimos várias formas de ajudarmos pessoas aqui ou em África. O que não dá é para ficarmos parados e apenas reclamar que ninguém faz nada. Não podemos mudar o mundo todo, mas podemos tentar começar a mudar o "nosso mundo".
VA. Falem-nos de alguns projetos que já tenham levado a cabo.
PG. Tantas coisas já fizemos, e quando vamos rever os nossos arquivos de fotos, até nos assustamos com tantas coisas que já experienciámos. Começámos com o frigorífico solidário no início da pandemia. Deixávamos sopas para pessoas necessitadas, num frigorífico que foi colocado nos Fidalguinhos. Desde aí, já fizemos tantas coisas:
Recolha de alimentos e entregas de cabazes para famílias que estão em situação de insegurança alimentar. Já ultrapassámos os 1000 cabazes entregues;
Campanha do Natal Solidário para os irmãos de rua que vivem em Lisboa;
Confeção de pensos reutilizáveis para adolescentes de Massaca-Moçambique;
Festa de Natal para as crianças do Projeto ,com entrega de brinquedos;
Apoio à campanha solidária da Associação Desportiva e Cultural, feita para ajudar famílias em Moçambique;
Doações de livros para Cabo Verde e Guiné Bissau;
Palestras sobre temas variados para as famílias do Projeto;
Workshop de bolos no pote para famílias do Projeto;
Lives com médicos e psicólogos sobre saúde da mulher e educação infantojuvenil;
Festa do Dia das Crianças para as crianças do Vale da Amoreira;
Palestras para os jovens voluntários do Projeto, sobre vários assuntos.
VA. E no futuro? O que planeiam para um futuro imediato, e nos podem revelar?
PG. Estamos a preparar-nos para novos desafios. A ideia é, a partir de Setembro, trabalharmos com as crianças do Vale da Amoreira. Para isso, estamos montando uma equipa com voluntários de várias áreas (psicólogos, professores...). Iremos ampliar a nossa área de atuação, mas o foco será sempre ajudar aqueles que mais precisam.
Projeto Gratitude
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